Tuesday, December 23, 2008

Se eu fosse um trapo, com os fios desleixados e empoeirados,
engrossado por ficar entre aquele piso gelado e aquela sola pesada,
amordaçado, sem conseguir falar uma só palavra

Com a terra que machuca, não me importaria,
com o solado que mói, nada me seria dor,
mas pela palavra que não sai,por essa garganta incapaz dos sons,
essa sim, me horripilaria!

já que a explosão do meu coração seria da necessidade,
pois de importante só isso,
de dizer para você, unicamente, como se fosse a(o) última(o) do mundo:
"meu coração só é grande porque esteve contigo"
"e quanto mais posso colocar meu coração aí onde você está, maior vou conseguindo ser"
"obrigado você por existir... obrigado..."

Friday, December 19, 2008

Só para reiterar

Acho que, no meio de tanta coisa, é bom enfatizar algumas. Na minha escolha, vai essa frase aqui, sobre a meiguice/inocência: "tendo nela(s) um incentivo para suas pretensões."

o que quero dizer com isso? Ora! Que a inocência, as pequenices, as meiguices da vida são os objetivos que louvo naqueles que merecem minhas admirações!

Um viva a vocês, todos vocês, que acreditam que a busca pelo singelo é o motivo dos esforços e suores que marcam seus rostos!

BRAVO!! UMA SALVA DE PALMAS!!!

Monday, December 08, 2008

Inocência

Hoje descobri sobre a inocência...

Sete mil das sete mil e duas pessoas que admiro são servos da inocência. Possuem em seu altar o santo da meiguice e a cruz da infância.
Há os adultos e severos que vêem bobagens e inquietam-se com a infantilidade, mas mal sabem eles de que esses inocentes já testaram da testa carrancuda, e de mais espertos que são, já sacaram tudo, e voltaram pra onde realmente interessa.
Os que admiro e que admiram a inocência, são todos, sem exceção, mais inteligentes do que a média.

Então, decreto aqui que a inteligência, à partir de hoje, pra mim, está ligada ao tanto de criancisse (no bom sentido) que é capaz um indivíduo, tendo nela um incentivo para suas pretensões.

Wednesday, November 19, 2008

as flores com espinhos

Há muito tempo atrás, em uma terra distante como é o sol de nosso dedão do pé, um pequeno ser, não, pequeno não, minúsculo ser, feito da mistura de sensibilidade, sinceridade e serendipidade (importante palavra essa), aterrisou sobre nós, a terra, para expulsar de seu interior a charmosidade de sua grande constituição áurea (só materialmente é que ele não tinha tamanho).

A atenção da sua cabeça (ou coração, ou estômago, ainda não se sabe bem ao certo onde ficam as coisas importantes), tão raras quanto encontrar alguém que já abandonou a vontade de possuir (se você conhecer alguém que não queira ter mais nada, passe-lhe o telefone que uso, tem raridade nele e eu, que ainda não abandonei, talvez posso agenciá-lo por milhões!), ficava a procurar nas conversas de gente crescida o que diziam sobre as coisas realmente importantes... mas nosso pequenino amigo não entendia nada! Só diziam do que se media... porque pessoas crescidas tem afeto pelas medidas?.... só as crianças e os pouquíssimos prestaram atenção nas perspicazes indagações de nosso jovem rapaz: Quais as dores que sentem uma flor quando é arrancada de seu chão? a mosca precisa bater a cabeça nas coisas toda vez que sente medo? Os arbustos que tem espinhos são mais orgulhosos do que os que não tem? Porque a ferida que não é aberta de propósito dói o mesmo tanto que a que é feita por querer? Quem salva o outro acaba salvando a si mesmo ou já estava salvo? Quem faz com amor tem mais influência do que o outro? o planeta é mãe de todos? se sim, a lua é a tia?

O viajante exorbitante, alumiado, aceso, ficou calado e foi tentar num deserto a conversa com os lagartos...

se a gente fosse lagarto a temperatura diria quando é que a natureza queria que a gente se movesse (lagarto fica parado no frio)... mas como não sou, o que me diz quando é que tenho de me mover?
Acho que é a propaganda... queria me limpar da propaganda... nenhuma me fez bem até hoje.

Já que não dá para contar com ela, espero que a gente se faça bem um ao outro, então...

o outdoor fica sendo um pára-sol pra quando a gente precisar de sombra, que tal?

e se não quisermos, a gente corre por aí, também... não tem problemas...

se quiser ficar escondido, pode! PODE TUDO!!

A gente só tinha que começar a escutar mais o nosso amigo serêndipe para aprender a poder dar um jeito nas coisas do desespero...

e ser, daí, como uma flor que, mesmo com espinhos, não se protege...

Monday, November 10, 2008

A esperança reaparece,

o que há de errado em minha vida que quero sempre a felicidade em algo que não tenho?

A abrangência do amor não me dura muito

e não há bacia que esteja pronta para ser regada com minha água e semente

"não se pode forçar a personalidade ao amor, mas o amor pressupõe entendimento

e para isso é necessário desenvolver a própria personalidade"

o Henri que se conhece já não é mais suficiente, necessita modificar-se para,

sobretudo, poder abandonar a esperança e o pequeno amor saudoso,

para captar e viver a unidade do grande.

Saturday, November 08, 2008

Sobre eu


Andei bastante tempo disfarçado atrás do olho mágico da porta,

só com o empenho necessário poderiam me olhar,

e ainda assim quem me visse,

ia só me vendo pela metade

mais a parte de cima que a de baixo,

mais o superficial do que o perene, profundo, inexpugnável.

Agora chegou a hora de girar a maçaneta e me mostrar por inteiro.

Das metáforas, caro leitor(a), não mais me utilizarei, a não ser por necessidade.

Para falar sobre mim serei tão direto quanto a minha consciência consegue se mostrar

e talvez, assim, o mundo consiga me engolir mais confortavelmente

como uma bala que é chupada sem o papel.

Chega, sim, das metáforas.

A mudança servirá para eu me tornar mais comunicável,

pois tenho falado coisas que não dizem o que quero dizer

por mais que ache que me dou bem com os símbolos e metáforas

a impressão, talvez, seja que fico sempre pelos cantos.

Abra-te, ó porta, que estou pronto para ter na sala minha presença.

Pelo olho-mágico, não mais me encontrará.

Agora, dirija a atenção, se quiseres me olhar, para o meio do salão,

pois é lá que estarei a dançar, e não mais batendo os pés no ritmo da música do lado de fora da casa.

Isso se deve, pois, a uma amiga, que seja abençoada sempre em sua meiguice e sensibilidade,

que me alertou, mas foi sem querer, de que o que tenho dito não fala de mim

e é difícil me encontrar no que digo.

...... sendo que ando falando somente de mim .....

oras, que esquisitice!

Chega de simbolismos, figuras, imagens, visões, paisagens e outros.

Isso fica para outrora.

Agora será sem o rebuscado da imaginação,

e vejamos como me saio bailando no interior do saguão

Wednesday, October 29, 2008

Vulnerabilidade, mais uma mulher


E eis que mais uma se apresentou como entidade feminina.
Ela, que se mostra como sedutora, disfarçada de canto de sereia,
não diz quem é, mas sempre me convida para o fundo do mar

Nunca sei dos seus perigos, e desavisado vou atrás de seus sons
A medida que me afundo no mar, a respiração, enquanto boa, não me alerta de nada

mas chega o momento em que a falta de ar grita mais do que o prazer de sua música
e afogadamente corro pra superfície atrás da minha vida

até hoje, mais por sorte do que acaso, não morri afogado, mas já a vi, e vou contar-lhes como é, para que, se um dia a veres também e não perceberes que está no fundo do mar, acorde atentamente e corra para se salvar.


É velha, pele murcha pelo excesso de água, rosto arroxado pela falta de ar.
Os cabelos são sebosos, mesmo eternamente em banho

Sorriso, não possui, mesmo quando sabe que está para concluir o seu trabalho de matança
seu desejo é infinito, nunca há de se saciar

os olhos são negros por completo e não há brilho algum,
só fita o chão
talvez esperando que brote alguma satisfação das almas que já enterrou

tem poucas roupas, só farrapos dos fiapos
mas seu corpo também não se mostra

é o disfarce de tudo, e por mais que você acredite no que ve, quando a enxerga,
como já me aconteceu

deve ser tudo mentira

por que a senhora Vulnerabilidade tem justamente essa característica

a do sofrimento, sem nunca se mostrar como é

Tuesday, October 14, 2008


A brisa branca veio me buscar pela janela.

calma, silenciosa, pairando sobre a rua inteira chegou no 13°andar.

Todos da quadra que olhassem pela janela poderiam se sentir convidados por ela,

mas acho que poucos olharam, pois não encontrei quase ninguém quando vim pra cá...

Me agarrei na beirada da névoa que adentrava o apartamento,

e em um segundo já mergulhava nas nuvens.

Daqui, vejo alguns que dançam a unidade

outros que choram a diferença

mas toda semelhança há entre uns e outros

já que pouco dá para se distinguir de onde estou.

Ve-se e sente-se claramente só a grande névoa

que encobre as cabeças e faz tudo parecer um só

como quando só há música em meus ouvidos e nada mais,

ficando tudo permeado do mesmo.

E eu aqui, no meio do fofo, do branco

aproveito o quanto posso

para saber que das Mulheres, essas com letra maiúscula

A Criação, a Destruição, a Tolerância, a Exuberância, a Aceitação

podem me dar carona quando a neblina chega na janela...

só é preciso reconhecer

e chegar um pouco mais perto

Friday, October 10, 2008


Tenho um pedaço de carne crua em meus dentes,
abro-a como uma criança os seus novos brinquedos,
e me recompenso com o sangue espirrando fundo em minha garganta

as fibras frias rompem-se em um sulco calado,
pois nada sobra para elas que estilhar e chorar silenciosamente suas lágrimas vermelhas

sou a morte instalada em corpo benzido pela proteção,
me alimento de tudo e nada me consome,
faço a carnificina e não conheço o que me detém

a palidez da minha pele é banhada pelo sangue da podridão
e sorrio apreciando o poder que me foi concedido

minhas pernas dobradas, que me prendem rentem ao chão,
firmam-se cada vez mais,
meus dedos, com suas unhas agudas e fortes, retraem-se, ferindo a minha própria palma da mão

uso-as para espalhar a vermelhidão do sangue pelo meu pescoço
e minhas presas afiadas, impunes e punitivas
se mostram e brilham no meio de uma risada destinada aos céus

céus que me permitem todo estrago e nada me fazem

sou monstro embelezado pela falta de vida,
e, mesmo todo estragado, emputrefado,
não me resguardo e nada me diz que devo ser diferente

nos encontraremos um dia desses,
pela rua, elevador, corredores
mas não verás minhas manchas de sangue,
ou o meu dente afiado da morte

eu seguirei sem que nada me aconteça
mas você, que não desconfia,
deve se machucar com as cicatrizes que nasci para fazer

minhas unhas continuarão espalhando o sangue pelo meu corpo,
sangue limpo, que me beatifica, unge e me enche de cor

dos que acreditam e supõe a inocência

Friday, October 03, 2008

Do Amor


Pretenção falar sobre isso, né? é, eu sei. Amor...

Mas ao passo que a personalidade se desenvolve, o amor provavelmente deve surgir. Estamos todos aqui em busca de prazer, e, dos prazeres, não tem nenhum melhor do que poder amar. Veja que falo sobre poder amar, e não ser amado.
Ser amado é o que sobra para os que estão cheios de faltas e carências, o poder amar só é possível para os que estão na outra ponta, para os que estão prontos para se tornarem maiores do que são.

Morei em um castelo de gelo durante alguns anos, e eu, como seu soberano e soberana (princesa do gelo), permanecia protegido somente enquanto o frio existisse, sem ele, os tronos, baluartes, pilastras e torres, todos, desmanchar-se-iam.

Pois eis que lutei com todas as forças para que o gelo não me deixasse, e assim, segurei o máximo que podia para que aquela morada gelada não se esvaisse em águas mornas.

Hoje, neste dia, me dei conta de aprender a derreter!!

E, solto como pluma leve, flutuante, deixo que o tempo faça a temperatura que quiser!

Voltei a aprender a amar!!

Não foi difícil, meu ser tem inclinação, tem tendência natural ao amor (o seu ser também?)

E agora, deito em prazer!

Se o amor tem objeto, foco, ele se limita, se ofusca, se contrai, não é mais amor...

O amor que conheço é todo pleno da liberdade, emancipado como o ar, que envolve a tudo e a todos,
pura essência da natureza, em ondas enormes e gigantes, todas cheias de pétalas e delícias, estonteadas de emancipação e maturidade,
os olhos cheios de lágrimas, por transbordar a plenitude que se abre a todos os instantes,
são incapazes de enxergarem bobices e permanências.
O amor é a constância da impermanência.

E assim, amo a cada pequeno gesto o próprio gesto, sem mais seus objetivos,

dos feitos, é me cheio de contemplação ele em si, sem mais seus resultados,

balançado pelas delicadezas, posso dispender-me e gastar-me até que o último pedaço de gelo vire água, transando com todas as criaturas, sentidos, coisas e razões.

O amor sem destino, foco, objeto, é todo maior! Como uma paisagem onde você não aprecia aquela nuvem ali à esquerda, ou aquele pedaço de montanha mais no final do morro, mas pode aproveitar de tudo quanto o olho abrange. Amar é poder ser livre das idiossincrasias, não ter mais amigos ou inimigos.

Agradeço as águas mornas que passam por aqui, que, sem querer, me libertaram da prisão e do medo de perder minhas colunas de gelo.

Sigo, agora posso, amando cada pequena criatura e ato, mesmo os mais odiosos, para viver em êxtase e, sem nem o precisar querer, extasiar quem me acompanha

beijos carinhosos

Henri S.

Thursday, October 02, 2008

Macacos


Agradeço o Mario que, de tanto juntar bugigangas, guardou mais esta aqui.
Letra de uma música de 2003

Macaco
(Henri Siro Evrard)

Macacos que dançam, que cantam e que falam
Envergonham-se sem as suas roupas e sofrem pelos seus carros
Macacos que há muito tempo trocaram o mato pelo trabalho
Construiram as suas ruas e as invadem com seus contratos
Alguns macacos de fé e outros de cálculos exatos
Mas todos eles sofrem se se aterem a este fato

Macacos que mentem para não serem enganados
Macacos que destratam por se sentirem no destrato
Macacos que brigam com aqueles que lutam
Encontram o poder por poder proporcionar muitos lutos
Macacos que engordam e outros que ainda têm fome
Macacos que acham que já são homens

Macacos homens, homens macacos

Saturday, September 27, 2008

Das não pretensões


Meus sonhos morreram,

minha esperança desmontou-se,

destino, não tenho mais,

estou a mercê do acaso.

E haverão ouvidos que pesarão com estas palavras

com a sensação da depressão, do pessimismo.

Mas haverão os que, como os meus, confortar-se-ão,

sabendo da liberdade que é

viver a vida como um rio,

só conforme a natureza e o suficiente.

Perder a esperança, os sonhos, o destino

é força que move o não-alucinógeno,

que me faz pisar os pés firmes no chão

e achar a maciez que procuro

agora

Monday, September 22, 2008

Mais uma mulher que me apareceu...


Onde esteve que tanto te procurei, Menina Levada. Eu, que nem sabia que era de você que sentia falta, que por você acordava com o coração batendo forte à noite, com você que sonhava as minhas perversões... mas você reapareceu, e transformou minha poça de estrada em rio cristalino. Limpou e desestagnou minha existência conservada, para me estourar, estuprar e abrir-me para longe da minha única angustiante vontade: a de embrenhar-me em sua presença.

Como foi dóido o cada duro correr de suor, cada picante ciclo sanguínio, cada cansada respiração enquanto sua moradia descasava dos meus olhos, seu agrado pacificador era distante de meus poros, seu sussuro que, agora me faz respirar fundo e me atirar de costas ao ar, não visitava meus ouvidos.

Agora vou até o parapeito da janela, me coloco de costas, o céu se pondo como limite e sua presença me deslimitando para tudo.

Posso estar de olhos fechados e me abandonar!

É você a única que despe todas as máscaras infelizes da temerança, as hipocrisias medrosas dos preocupados, a vitalidade sufocada dos frustrados. E eu, que era todos em um só, posso ter você como o carinho que necessitava para a fonte primeva da minha prática do amor.

Agora posso estar de olhos fechados e me abandonar!

Você, que enquanto eu era pequeno, fazia parte da minha vida, não vi dizer-me adeus. Tola criança que eu era só podia, claro, me comportar como desatenta, e gente assim, desatenta, não consegue perceber a brandura da sua presença nem se sente inclinada à reflexão nem ao gozo profundo, mas só faz atravessar a vida como se estivesse tudo bem.

Mas agora que já fui ao inferno, praguejei os fogos, queimei-me em lamentação, chorei a perdição e o exagero da esperança, reconheço-te como salvação! Não és mulher em minha vida sem que todas as atenções e orações te façam sinômino de brilho, de felicidade, de "criatura ponte" para deus.

Menina travessa, que se escondeu por tanto tempo e agora volta à tona, surgindo com seu manto e capa do abandono, me tem facilmente, já desde a primeira presença, em seus braço, me libertando para junto de seus seios, me vulnerabilizando em seus agrados.

E tudo isso, que por si já me basta, me permite não temer a queda, e faz me soltar de costas, lá do alto de qualquer andar para dentro do ar.

E agora posso estar de olhos fechados na beira da janela e abandonar-me!

De tanto que me és confortável, pequena senhorita, a plena queda não me faz pestanejar nem um segundo em desespero, pois sinto suas vestes, enquanto caio, rodearem meu corpo e acariciarem minha pele da maneira que os mais abênçoados já foram um dia.

Pulo do abismo e sorrio, pela sorte que há em saber que sua presença, ela, a tão esquecida que agora revive, me acompanha. Ela, que tem o nome que nada tem a ver com esperança (distante esperança), porque ela (tão presente), como exercício da fé, é que inclina homens e mulheres a não esperarem nem mais um dia para adentrar no agrado do mundo, mas pouco conseguem expressar toda sua abundância quando clamam pelo seu nome: Confiança.

Doce, leve e cariciosa Confiança.

Saturday, September 20, 2008

Temos de tentar!



dizem que a gente tem de estimular a imaginação!

Lá vou eu!!!

ajsfaurq9-4 uraio prua´prugafrga u ´fdogiuadfg ufogiad audfgioadgeu094t 90q34t jf jhdf shdfidfg j áfdgu adf gadfig gifoa fgádfguadfgaod aehgaerigae´roghaeorhg ahgado´ghaohadf ghadf´g oaihfgáh a´dog haofgh argae´r gaergiargia rg ahdfg´aidhg adfgáidf góadhga fgadgaergua oirg uargadfg ia´dfug aodfgajhdfgahdfgóaidfugadfrg araa gja´diugaóguaoguar udrug aórg orugáorugaor gaurg a´rogiuaórguaoérguaórgiuaóerig arrgaudgadfghadgadiug d ua adguaidugad gda gadoifg uaodi uaógiua[re9guae
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Achei um jeito de dizer coisas sem palavras.

Wednesday, September 10, 2008

... e o castelo de gelo continua sua escalada


Foi dia especial aquele em que a princesa branca, que antes andava fraca e débil, escorando-se nas beiradas de seu castelo que derretia e fraquejava, arrastando suas vestes, seu rosto, seu ser inteiro molhados pelas gotas das paredes e tetos da sua moradia glacial que não paravam de derreter, começou a novamente sentir as "não-goteiras"...

sim, parára de derreter... se re-erguia!

os seus olhos ainda fraquejados, anoitecidos, cambaleantes, voltavam a refletir o brilho da brancura do gelo.

A phoenix alva das neves!

que seja abençoado o nosso são céu salvador.

agora, suas vestes úmidas e pesadas voltavam a secar, a da princesa, que se aliviava conforme via que o seu mármore não mais escorria, mas voltava a fixar as bases na terra longínqua da brancura, e podia, com muito mais força, escalar os olhos ao alto, com a majestade que sempre lhe tinha sido peculiar.

Clamemos graças aos deuses, todos eles, que à partir do nada nos fustigam com o sol e, depois, novamente do vazio, nos dão chance para o respiro continuar em alvura!

Mas esta, a princesa, não agradecia aos senhores, nem cambaleava "ós" e "aleluias" ou outros agradecimentos, mas voltava à altura fria que sempre lhe tinha tornado soberana, para estar autorgando seus anseios ao lado dos deuses, e não mais ao peso das outras vontades.

Que continue gracioso e seco este castelo, e nunca mais derreta pelas intempéries dos sóis e anzóis

Que siga árido, eternamente neste passo, abrigando a autarquia branca, parceira dos deuses e de tudo que é mais frio para ser contemplado, absorvido, vivenciado.

Tuesday, September 09, 2008

o que o negro noite me é


O negro noite agora é um piche que me atravessou em suas presas

As estrelas, essas que se destacam entre a nebulosa preta que me puxa, são meras submissas da mãe escuridão

Começando pelas baixezas de minha pele escureço-me e, como um vírus que se alastra e não possui antídotos, derruba-se cada vez mais para entre meus profundos, a escuridão

Sou parte desse todo que me abrange, e é longe do cimo luminoso...

Como as estrelas, a noite tomou-se como minha mãe, minha proteção é em seu colo

E em toda a ausência do lume, mais uma vez (sim, já tinha sido iniciado nesta arte outrora), me reduzo.

Escravo do soturno, não mais respondo por mim, mas a negritude, que é o piche, quem fala por minha boca

O frio no ar faz o arrepio percorrer meu corpo como um carinho...

... e o desagrado que o vento causaria nos claros, agora me faz sorrir.

eu continuo, e escureço....

E como me é sutil...

... poder ser bom nas desavenças das beatidudes...

Aqui, O piche que me gruda...

E eu, como seu filho, só deixo escurecer.... nada mais.

e no berço de minha mãe, a negra-noite,

Minha existência se explica,

Nasci para ser, nesse momento,

filho do agrado das trevas

.........................

Mas eis que justamente da profundez do soturno

que surge um ponto de luz

E como abandonei e não luto mais contra

a noite e sua luz, sem restrições,

me dão não mais uma réstia

mas a luz toda,

ela em si, a entidade completa, que brota

E então me aquece

fazendo o prazer da escuridão intensificar-se...

e sou assim, na noite negra, que agora se torna luz e brilha

emancipando a existência minha, filho das trevas,

assim como as minhas irmãs estrelas,

que brilham porque conseguem fazer da mãe noite

O caminho para a luz.

Wednesday, September 03, 2008

sobre 3


... diziam todos que a Felicidade era uma Senhora-Menina, com idade de Dona e particularidades da Criança. Todos que andavam pelas ruas pensavam e cumprimentavam-se entre si, a pensar a mesma coisa: "A Felicidade é uma Senhora-Menina, e assim é, porque assim nasceu para ser". Mas o que pouco observavam, os andantes, era que, como toda boa Dona-Senhora-Criança-Menina, a tal, que é merecedora de todos os realejos, se sentia impelida a vestir-se bem aos fatos e encheirar-se como toda boa Senhora-Menina-Dona-Criança encheirar-se-ia.
Entre cheiros, vestidos e ademais adendos, houve um rapaz que, dentre tantos que a Felicidade queriam, conseguiu conquistar os seios puramente naturais e as temperanças mais intimamente próprias da Dona-Menina.
E a história que vou contar para vocês, começa à partir daí:

"enudecendo a expressão máxima do que poderia se querer naquela Vila, a Dona-Criança Felicidade, tinha, diante de mim, a crueza que jamais pensei em haver. Não seria justo para os mais puros encontrar toda a natureza pálida que vi na Menina-Senhora quando ela ficou solitariamente nua em pêlos.
Onde estaria a Felicidade, toda providade dos seus garbos e charmes, enfeites e senhorios das plumas do algodão mais delicado? Ela, agora, possuia o branco vazio que minha esperança sempre protemera me livrar... e agora? se minha esperança firmava as bases na Menina, e ela, em seu profundo âmago, era nada mais e, confesso, até menos, do que qualquer ordinária tosquice que havia visto, oque faria eu da minha vida?!! e agora? O que me alimentaria? E a minha esperança?

Calado, no âmago da vazies do raso, incapaz de me enlaçar com o ser fosco e sem vida a minha frente, fui, vagarosamente, juntando as peças de roupa, cheiros e penduricalhos de encanto da Dona-Menina, para que, assim fazendo, eu pudesse ficar em solidão o mais breve possível. Que ela se vestisse e fôssemos logo embora!

Foi então que, de pedaço em pedaço, a cada novo enlace de novo adendo, conforme a Senhora-Criança se enchia dos novos apetrechos, não se via um corpo cru escondendo-se da palidez, mas uma verdadeira Dona-Menina re-brotando, transformando-se na Felicidade que, a cada nova peça, erguia.

Caros amigos, queiram crer vocês ou não, mas esta foi a inexorabilidade da verdade que me tomou o fôlego da existência: a Felicidade não era a pureza do espírito, mas todos os laços e adendos que a carne já conhecia: cheiro-de-verão, música e sonhos.

Tuesday, July 01, 2008

homenagem ao "O escafandro e a borboleta"

... foi então que vi meus braços que não abraçavam mais nada, esfarelarem-se. Minhas mãos, agora de luz, acariciavam a existência das sutilezas, o toque físico já não me existia mais. Meu tronco, pulmão, costelas espalhavam-se com o vento. Os pés, essas raízes andantes, não eram mais do que a ponta inferior da fumaça de um corpo que enevoava-se.

... os que olhavam a cena, desesperavam-se. Tentavam a todo o custo me fortalecer. "não vá!" Mas o que me ligava a eles já não tinha mais a matéria suficiente para recompor-se. Chorava-se a morte do meu corpo, enquanto que, ao invés do ponto final, no ar existia ...

... o céu!

... e o que era impalpável, etéreo, clorofórmico, não mais do que um turvo vulto no recanto da imaginação, começou a virar matéria dessas que se encosta e sente o gosto. Ninguém diria que aquela pequena ofuscadez poderia se transformar em toda essa realidade. Se pudessemos perceber, antes de nosso corpo desmembrar-se, todos os cheiros que agora me são permitidos, choraríamos pela robustez dos corpos e a fragilidade do espirito, e não mais pela queda de nossas cabeças.

Saturday, May 24, 2008

agora uma nova fase

Tem sido duro. Mas também...!!! Não tenho tentado nada para que seja diferente. Não é culpa do acaso. Sou eu quem exercita a dificuldade. É visto!!
Mas agora uma nova fase irá começar. E começará pela maneira com que vou acordar.
Não mais será atrasada, aos gritos, querendo saber o quanto das horas que estão contra o que planejei para minha vida. Preciso, pelas manhãs, do tempo que a natureza tem para seu curso, sem que a força dos forçados seja requisitada.

Antes de sair da cama, vou começar a abrir os olhos com a atenção da de um pequeno bebê. As pálpebras limpando o vítreo dos meus globos e eu enxergando tudo como se fosse novo. Os ranços e o velho da minha visão, pela manhã, já não irão mais existir.

Antes de abrir os olhos, tomarei um banho de respiração. Preciso de muito tempo para que o ar da noite seja trocada pelo o ar da manhã. Serão, ao menos, 10 respirações profundas, de 1 minuto cada. Encher-me-ão de alegria se de alegria estarei necessitando, de seriedade se o severo será o melhor para acompanhar o dia, de introspecção, se da introspecção tirarei o que pretende de mim os melhores desígnos de Deus.

Antes de banhar-me, irei me esvaziar. Serão 7 alongamentos, pelo eterno ciclo dos 7 dias, cada qual com sua nota e sua cor do arco-íris. E é claro, toda semana vou me lembrar da fase da lua, e quando eu somar quatro lembranças, irei dizer, em voz alta, entoante na nota e na cor da vez: "completou-se mais um ciclo lunar".

A lua lembrará a cor prata, cor que, apesar de não estar no arco-irís, irá ajudar a me esvaziar na manhã escolhida pela lembrança.

Acho que assim as coisas ficarão mais fáceis para mim.......

Contá-los-ei, mas não agora. Agora preciso me apressar. Há milhares horários correndo atrás de mim. Se eu deixálos me alcançar, sabe-se lá a que estarei sujeito, não quero nem pensar...

até mais, até mais...

Saturday, February 09, 2008

Onde será que está a traiçoeira vontade que eu tinha de fazer a vida valer mais do que a sensação de torpor, aproveitá-la mais do que os carrancudos, de entendê-la tão profundamente quanto os grandes zens, de ser semeador do grito da liberdade, do farejo eterno, das notícias do amor.

onde foi parar?!

Cade você, mestra das necessidades????

cade você??????

e aqui fico sem saber o que mais me faz sofrer: a aceitação passiva da falta da grande senhora das vontades, ou a danação ativa de sua ausência.

em nenhum dos casos, ela, a dona mestra, apareceria em minha vida.

será que eu já pulei de estágio no que se refere aos estágios da necessidade?

Sunday, February 03, 2008

Não importa, na verdade

Gostaria de indicar as impossibilidades e limitações de minha pessoa em relação aos desenvolvimentos de análise pessoal. Posso dizer que o que espero dos mais grandiosos é o mesmo que espero de mim.
Mas isso me coloca em uma encruzilhada:
1-será isto uma indicação otimista de mim para mim mesmo, ser enfermo, que sou capaz de enormidades e feitos louváveis?
ou
2-será que é uma exigência que só me pune e fustiga, uma vez que as grandezas, para os grandes homens, são apenas naturalidades enquanto para mim, ser enfermo, me parecem acima das minhas naturalidades e por isso as vejo como grandezas?

Não sei dizer se haveria alguma mudança prática caso houvesse resposta para essas perguntas.