Thursday, January 22, 2009



Naquele dia me apareceram dois sóis.
Um feito de fogo no espaço, o outro feito de corpo aqui na Terra
Um me trazia e banhava de luz,
que junto com o reflexo do mar fazia tudo parecer ouro de dourado,
qualquer casca seca virava um colar de diamantes
Sol de Midas, que nada endurecia, só amolecia meu coração
e inundava os meus olhos de beleza

e o outro Sol me trazia o calor,
me umedecia, me suava
seus raios, em abraços, me alçavam inteiro,
mas nem que me tocasse em um só pequeno ponto,
que fosse de raspão,
me sentia inteiro no seu colo,
Sol que queimava mas não ardia, somente fazia amolecer o meu corpo
fazendo da minha pele, boca, nariz, energia e intuição
uma piscina para os mergulhos das suas beatitudes

os sóis, juntos, fizeram da sua alquimia o berço para
as vozes que em coro de reverência ao que é santo
deitaram meus ouvidos em músicas de algodão


Tenho 8 sentidos que conheço
e 7 era acariciados pela graça do prazer
pela luxúria da exuberância,
pela violência dos agradados
advindas dos sóis,
só o oitavo, o último sentido, que nunca tenho contato,
que restara para Deus