Pretenção falar sobre isso, né? é, eu sei. Amor...
Mas ao passo que a personalidade se desenvolve, o amor provavelmente deve surgir. Estamos todos aqui em busca de prazer, e, dos prazeres, não tem nenhum melhor do que poder amar. Veja que falo sobre poder amar, e não ser amado.
Ser amado é o que sobra para os que estão cheios de faltas e carências, o poder amar só é possível para os que estão na outra ponta, para os que estão prontos para se tornarem maiores do que são.
Morei em um castelo de gelo durante alguns anos, e eu, como seu soberano e soberana (princesa do gelo), permanecia protegido somente enquanto o frio existisse, sem ele, os tronos, baluartes, pilastras e torres, todos, desmanchar-se-iam.
Pois eis que lutei com todas as forças para que o gelo não me deixasse, e assim, segurei o máximo que podia para que aquela morada gelada não se esvaisse em águas mornas.
Hoje, neste dia, me dei conta de aprender a derreter!!
E, solto como pluma leve, flutuante, deixo que o tempo faça a temperatura que quiser!
Voltei a aprender a amar!!
Não foi difícil, meu ser tem inclinação, tem tendência natural ao amor (o seu ser também?)
E agora, deito em prazer!
Se o amor tem objeto, foco, ele se limita, se ofusca, se contrai, não é mais amor...
O amor que conheço é todo pleno da liberdade, emancipado como o ar, que envolve a tudo e a todos,
pura essência da natureza, em ondas enormes e gigantes, todas cheias de pétalas e delícias, estonteadas de emancipação e maturidade,
os olhos cheios de lágrimas, por transbordar a plenitude que se abre a todos os instantes,
são incapazes de enxergarem bobices e permanências.
O amor é a constância da impermanência.
E assim, amo a cada pequeno gesto o próprio gesto, sem mais seus objetivos,
dos feitos, é me cheio de contemplação ele em si, sem mais seus resultados,
balançado pelas delicadezas, posso dispender-me e gastar-me até que o último pedaço de gelo vire água, transando com todas as criaturas, sentidos, coisas e razões.
O amor sem destino, foco, objeto, é todo maior! Como uma paisagem onde você não aprecia aquela nuvem ali à esquerda, ou aquele pedaço de montanha mais no final do morro, mas pode aproveitar de tudo quanto o olho abrange. Amar é poder ser livre das idiossincrasias, não ter mais amigos ou inimigos.
Agradeço as águas mornas que passam por aqui, que, sem querer, me libertaram da prisão e do medo de perder minhas colunas de gelo.
Sigo, agora posso, amando cada pequena criatura e ato, mesmo os mais odiosos, para viver em êxtase e, sem nem o precisar querer, extasiar quem me acompanha
beijos carinhosos
Henri S.
1 comment:
O amor é algo tão puro e infinito que faz as almas elevarem-se aos céus!
Post a Comment