Friday, June 15, 2007

Pessoas de todas as nações, conversai-vos.

Qual vida leva a fala constante, as idéias pulsando para fora do corpo, a tentativa de aproximação?

Não estamos aptos para uma vida comum, nunca estivemos, a comunicação é medíocre, pejorativa, muito tranquila. Sabe-se lá oque pensam e assim, sabe-se lá oque dizer. Continuar em um tratamento cordial incessante, tentando construir uma vida aparentemente agradável é atitude vasta, mas que em nada há de verdadeiro com suas afinadas particularidades. As particularidades já se perderam há muito. Mas é até natural que não se fale muita coisa, é certo que há de estar sempre implícito oque se deve pensar, e claro, retira-se assim toda a necessidade da troca de informações? Podemos tê-las pelo google, afinal, ora bolas.

Assusta a incapacidade geral de manter um diálogo honesto, sem que a tendência disso seja a tentativa de persuasão e a ânsia da vitória retórica. Desse modo, quase que sou. mas não sou, adepto da idéia, que para evitar tais violências, deve-se sobrar para a brisa flutuante das questões pessoais no momento da fala, o esquecimento.

Não percamos tudo, pois há momentos que sente-se necessidade de comunicação e ela acontece! Acontece juntamente com o desagrado dos que ainda querem a verdade na expressão. Acontece como momentos estratégicos para a manutenção das aparências, como se a possibilidade quase que infinita do livre trânsito de informações entre uma pessoa e outra se resumisse em uma simples extenção de suas roupas e seus penteados. Assim, não posso mais!! O AGRADO NÃO PODE MAIS SE ESTENDER PARA O MUNDO DAS IDÉIAS, PARA O MUNDO DA COMUNICAÇÃO. O agrado aqui é, ao contrário de um senso apurado, a falta de toda a sensibilidade; é o prazer que se tem com a monotonia dos costumes e das regras; regras impostas, regras insensíveis, insensatas.
Chega de dar margem para a continuação das hiporisias: PROLETÁRIOS E BURGUESES DO MUNDO, COMUNICAI-VOS VERDADEIRAMENTE!!

A honestidade na fala deve ser a consequência da honestidade da mente. Se fala às escondidas, esgueirado pelas paredes, como uma aranha a andar pelos vãos escuros, é porque sua mente deve estar nas mesma condições sub-clarificadas, sub-honestas, sub-presente, sub-coerente.
E além de tudo ainda há, para os que não sabem oque pensar, ter medo dos que pensam e assim o dizem. Para os bobos, a expressão deve se dar de maneira generalizada e entediante, porque se há alguma profundidade, alguma idiossincrasia, alguma presença pessoal nos significados das palavras, a grande massa dos impessoais-pessoas que andam por aí, só terão o gelo e a estranheza para lhe servirem como anfitriões, e para receber o desconhecido, leia-se aqui "o mundo das idéias", se prontificará neles o receio da ignorância.

3 comments:

Mariana Aguiar said...

Comunicação em um mundo onde "parecer" passou a ser o paradigma da vez... Parece-me complicado, mas talvez isso seja apenas uma maneira de parecer que eu penso sobre isso, ou pareço pensar. Ao que me parece, o parecer já está enraizado dentro de nós ou pelo menos parece estar... Parecidos ou des(a)parecidos a parte, muito bom seu texto Henri! Vai virar escritor e ganhar muuuito dinheirooo, hahaha
Beijão

Anonymous said...

Sabe que dias atrás pensava sobre conversas?

Engraçado, pensei nos assuntos mais falados e cheguei a conclusão que conversas baseiam-se em experiências... rs

Interessante o texto, negro... rs

abço, Larissa.

Alexunder Curwen said...

e este foi mais um comunicativo texto seu... Parabéns, anseio pelo próximo, mas então, já que voce fala em "O AGRADO NÃO PODE MAIS SE ESTENDER PARA O MUNDO DAS IDÉIAS, PARA O MUNDO DA COMUNICAÇÃO." pediria para que falasse o que voce rtealmente achou de meus textos, sem agrados.